fui sabendo de mim por aquilo que perdia*
e aos poucos, descobri que tudo que perdi, não era nada, comparado com tudo o que tinha ganho.
foi difícil chegar até aqui, até esta conclusão... porque ensinaram-me a olhar só para o que se perde, para aquilo que não existe mais. porque é assim... estamos habituados a sentir [a chorar] somente o que deixamos de ter.
e sentimos a culpa. que nos confunde, nos transvia. e com a culpa, o "porquê isto?", "o que faço agora?" e corremos. à procura [vã] de respostas para as perguntas escusadas que teimam em ser.
corremos [num vertiginoso caminho que nos leva a lado nenhum] desesperados. perdidos. dementes. alucinados. à procura de nós mesmos.
até ao momento em que se dá a colisão com a nossa consciência. então, descobrimos que a resposta está em nós. somos nós.
e, como olhos de ver [ver vs olhar] tudo parece óbvio. fácil. e sorrimos.
afinal... eu não perdi.
afinal, eu ganhei.
superei obstáculos insuperáveis, tenho vitórias que celebro todos os dias, recuperei a vida, descobri o [verdadeiro] significado da palavra amizade, conquistei caminho...
sim, posso ter perdido... mas nada, mesmo nada... comparando com o que eu ganhei, com o que eu tenho tenho hoje.
*mia couto
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