...o segredo dela é a paciência*



a terra está a ser trabalhada e, em breve, estará pronta para receber as mudas. decidimos, por isso, ir até ao horto existente perto de viso de baixo. nunca tinha entrado num horto. nunca tinha precisado disso. as plantas não se dão muito bem comigo: ou morrem com excesso de água ou falta dela. conhecem aquele dito "não percebo nada de horta"? pois, no meu caso, é a mais pura das realidades. contudo, o terreno precisa de atenção, pelo que está na hora de aprender, pelo menos, a disfarçar a minha total falta de jeito para a coisa.

adorei a tarde passada entre plantas e flores. quando entrei no horto, tive a sensação de entrar num templo. sossegado, com uma paz tão sua... e com um silêncio que se mistura, harmoniosamente, com as melodias dos pequenos passarinhos que, por ali se demoram.

não há como não sorrir, num espaço com tanta vida a crescer. sente-se uma mistura de aromas inebriante e há cor por todos os lados. os pensamentos, aqueles que, por vezes, teimam em ser, desaparecem como num passe de mágica. porque pensar é estar doente dos olhos e os olhos estão tão deslumbrados, que se esquecem dessa dor de pensar.  

eu apaixonei-me por um pequeno rebento de rosmaninho, lindo... um pouco tosco, mas lindo. o antónio escolheu lúcia-lima e caril. eu não fazia ideia que existia uma planta assim... menina da cidade, eu sei. ainda não percebi muito bem, se as folhas também se usam para condimentar, tal como fazemos com a especiaria... terei de pesquisar. há tanto que aprender e, finalmente, tempo para aprender. 

e, assim, se passam os dias de folga, por aqui... a ser (como somos, mas esquecemos) parte da natureza.

*ralph emerson

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